A Décima Primeira Reunião dos BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi realizada aqui em Brasília,
na semana passada, entre os dias 12 e 13 de novembro corrente. A imprensa brasileira dedicou
pouquíssima atenção a tão importante evento, em especial o noticiário televisivo,
com destaque para o descaso da Rede Globo de Televisão e para a Band News, as
mais notórias expositoras do noticiário internacional.
Imaginem um país qualquer conseguir
reunir em seu território, melhor ainda, na capital deste país, os líderes
representantes de mais da metade da população do planeta! Somente este número -
mais da metade dos sete bilhões de habitantes do mundo, já seria motivo
suficiente para gerar um grande e amplo número de reportagens envolvendo repórteres,
apresentadores e especialistas em análise política.
Pois bem, senhores ouvintes, aqui
em Brasília a reunião dos presidentes da China, Índia, Rússia, África do Sul e
Brasil foi realizada no maior silêncio, e o governo local até contribuiu para
tamanha campanha de desinformação da população brasiliense e brasileira sobre
tão importante acontecimento realizado em território nacional.
Podemos facilmente apontar a razão
para tamanho descaso da imprensa nacional sobre o evento em apreço: não apontar
mais uma grande realização do governo Bolsonaro, um encontro que permitiu que
os presidentes dos países que conformam os BRICS discutissem uma ampla agenda
de interesse dos seus povos, pois nela estavam incluídos temas como o aumento
das trocas comerciais e a questão da segurança interna dos nossos países e o
combate ao terrorismo internacional, questões que afligem indistintamente a todas
as nações do planeta.
Somente a China e a Índia abrigam
em seus territórios quase três bilhões de habitantes, a Rússia tem mais de
trezentos milhões de indivíduos em um espaço geográfico mais de duas vezes
maior que o território brasileiro, e a África do Sul, o mais importante país do
continente africano, em extensão e em população. Como entender tamanho silêncio
em torno de tantas grandiosidades? O que faria com que tantos números
espetaculares não fossem capazes de chamar a atenção da curiosidade
jornalística dos editores das nossas grandes e poderosas redes de televisão,
sempre atentas às desgraças do cotidiano nacional e internacional, ávidas de
possíveis manchetes que possam se transformar em noticiário lucrativo?
Manteve-se, assim, em quase absoluto
silêncio, algo que poderia constituir motivo de grande orgulho para o povo
brasileiro, deixou-se de explorar um acontecimento que motivaria com esperanças
de melhores dias para o futuro do país até os estudantes da rede pública de
ensino, pois o governo local preocupou-se em proporcionar ponto facultativo
para o funcionalismo do governo do DF, sob a desculpa de proporcionar a maior
segurança possível ao evento em referência, alegando que teríamos o feriado da
Proclamação da República em seguida ao encontro dos BRICS. Quanta perversidade
ideológica e ignorância estúpida juntas, da imprensa brasileira e do governo
local.
Paralisada pela eleição legal e
legítima de Jair Bolsonaro, que sabiamente proibiu o repasse de verbas
publicitárias do governo para a imprensa brasileira veicular propaganda
enganosa sobre os feitos governamentais, as organizações complexas da imprensa
nacional retaliaram fazendo de conta que não enxergavam a importância do Brasil
no contexto mundial, seu gigantismo territorial e sua expressão continental,
sua privilegiada localização e a disposição de invejáveis recursos naturais,
como minerais raros e água potável que existe em quantidade suficiente para
mitigar a sede do mundo durante dez longos anos, se, por algum motivo, viesse a
escassear esse líquido sobre a face da terra.
A imprensa, mais do que o homem
comum brasileiro, sabe que qualquer governo brasileiro carece do apoio
irrestrito de todos os diferentes segmentos sociais para construir um grande
país, e tem que negociar indistintamente com os grandes países do mundo, dentro
e fora do continente americano. Assim, temos que negociar, para defender os
interesses nacionais, tanto com os Estados Unidos da América capitalista quanto
com a China que se diz comunista e com a Rússia que deixou de ser comunista
para ser autoritária. E até com a África do Sul, um país que busca
desenvolver-se economicamente para vencer suas desigualdades sociais.
Por sua importância no continente
americano, o Brasil pode manter negociações vantajosas com os Estados Unidos,
em especial quanto às possibilidades norte-americanas de investimentos que
aportem tecnologia avançada em nosso parque industrial e de serviços, sem
deixar de lado a compra de equipamento bélico de grande porte, como
porta-aviões, que tanto necessitamos para a defesa e vigilância de nosso mar
territorial, sempre invadido por pesqueiros japoneses e de outros países, como
também por navios-tanque que carregam restolho de petróleo em barris de
duzentos litros - algo muito estranho, ainda mais proveniente da Venezuela, ao
invés de transportá-lo nos reservatórios de navios-tanque, para tanto mais
apropriados e seguros.
Nesse sentido, do petróleo caído
ao mar em barris de duzentos litros, pode-se duvidar se tal tipo de acidente
aconteceria no mar territorial norte-americano, ou mesmo a mil - e - quinhentos-
quilômetros da costa dos Estados Unidos, como se afirma que aconteceu no caso
brasileiro. Que navio egípcio se atreveria a tanto, sabendo que ao fazê-lo
poderia ver levantar-se das profundezas oceânicas um submarino atômico com um
canhão devidamente apontado para afundá-lo de imediato, sem dó nem piedade, se
antes não o torpedeasse?
O Brasil tem a urgente
necessidade de construir e adquirir e fazer saber ao mundo que dispõe do
armamento bélico para defender seu mar territorial e toda a sua imensa costa de
mais de dezesseis mil quilômetros, e só a nossa imprensa bilionária não aceita
tal realidade, pois sabe ser muito mais fácil extorquir a governantes que se
fazem de bonzinhos e pacíficos, enquanto distribuem esmolas para os cidadãos
empobrecidos e desinformados ao mesmo tempo em que assaltam os cofres públicos
e destroem as finanças do país, desperdiçando o dinheiro que arrecadam do povo
em impostos, taxas e contribuições obrigatórias, desviando-o para financiar
pontes, rodovias e hidrelétricas em conluio com governantes corruptos de outros
países e empresas brasileiras desonestas, como ficou comprovado no caso da Odebrecht
e tantas outras, em obras em vários países da América Latina e da África de
língua portuguesa.
Com a China e a Rússia, por sua
vez, o Brasil pode aumentar o relacionamento comercial, para investimento e
aquisição de tecnologia, pois estes sócios dos BRICS necessitam dos alimentos
que produzimos com alto nível de excelência, e somos o maior produtor mundial,
com elas podendo nos associar para investir na construção das eclusas, rodovias
e ferrovias que tanto necessitamos.
A China já demonstrou para o
mundo que possui a tecnologia de engenharia civil mais avançada para a
construção de pontes, rodovias e ferrovias, bastando ver a novíssima e
impressionante rodovia de Kurakoran, estendendo-se por 1.300 quilômetros do seu
território até alcançar a fronteira do Paquistão, as ferrovias para trens-bala que
atravessam o país e a conhecida e admirada Ponte da Raquete, no desfiladeiro de Quinyuan,
além de uma ponte sobre o mar, com 51 quilômetros de extensão, superando em
três vezes o tamanho da ponte Rio-Niterói.
China e Rússia têm as histórias
de sua formação e construção até mais ricas e interessantes do que a história da
formação e construção dos Estados Unidos, mas ignoradas pelos jornalistas brasileiros
de maior expressão, ou que fazem de conta que as desconhecem.
A China e a Rússia foram
países invadidos e dominados por várias outros povos, e levaram muito tempo
para se libertarem dos seus antigos senhores - asiáticos e europeus.
A China, há mais de quinhentos
anos, criou o papel e a pólvora, navegou por todos os oceanos com três navios
gigantescos, mapeou o céu do oceano Atlântico, o que permitiu às grandes
navegações portuguesas, espanholas e italianas, que se lhe seguiram, se
apossarem do continente americano durante alguns séculos. Hoje, a China é
administrada por um modelo autoritário de governo, uma criação que mistura
centralização do poder e capitalismo e vem dando certo, e é exclusiva das elites
que lideram o partido comunista chinês.
A Rússia, por sua vez, expulsou o
enxame de povos europeus que adentraram seu território repetidas vezes, no
decorrer de oitocentos anos, e culminou com a criação e formação de um estado
totalitário comunista-socialista que perdurou por setenta e quatro anos, e hoje
é um país de predominância autoritária, com eleições presidenciais que
acontecem regularmente mantendo o líder Vladimir Putin sempre com as rédeas do
poder nas mãos.
Ambas, tanto a Rússia quanto a China,
tornaram-se respeitadas no plano mundial, são política e economicamente fortes
e poderosas, e fazem parte dos BRICS, mas a imprensa brasileira faz de conta
que suas histórias não aconteceram, pondo a culpa neste descaso à ideologia, a
uma visão de mundo que dizem não aceitar porque inviabiliza o modelo capitalista
de economia, embora também as ideologias sofram transformações.
Os Estados Unidos têm uma história
de dominação única, seus primeiros e únicos senhores foram os ingleses, que os
norte-americanos expulsaram em poucos anos de luta, com ênfase para os
confrontos entre 1776 e 1779. No entanto, a história da formação e construção
dos Estados Unidos é única e exemplar: os norte-americanos criaram a primeira
república federativa do mundo moderno, escreveram a primeira constituição
republicana que tem uma longa duração, de mais de duzentos anos, que sofreu
muito pouca reformulação, recebendo algumas poucas emendas.
A África do Sul ainda é um país em
formação e construção, que dá continuidade ao movimento político inaugurado
pelo grande líder Nelson Mandela.
E o Brasil? Nosso país foi
domínio português durante cinco séculos, tendo sofrido forte influência inglesa
e recebido impacto cultural francês em seu período de formação e construção.
Tivemos a sorte de nossos colonizadores terem desrespeitado o Tratado de
Tordesilhas e terem conseguido, com o movimento das Entradas e Bandeiras,
ampliar o nosso território enquanto isso foi possível, e, mais adiante, o
ministro brasileiro Barão do Rio Branco ter conseguido comprar uma pequena
porção do espaço geográfico boliviano, já ocupado por gente brasileira, quando
da luta pela formação do hoje estado do Acre.
Tivemos ainda a sorte de ter
no trono brasileiro um imperador lúcido, esclarecido e viajado, Dom Pedro II,
que dominava vários idiomas, mas que não conseguiu resistir às mesquinharias
dos invejosos que o destituíram e expulsaram do Brasil, sob a alegação de que o
Brasil seria o último espaço monárquico na América Latina, o que o obrigou a
circular, empobrecido, pelas ruas de Lisboa com areia brasileira nos bolsos do
paletó, numa atitude reveladora do seu respeito e amor pelo Brasil.
E entre 1891 e 2018
vivenciamos trocas de governantes que muito pouco fizeram pelo desenvolvimento
e crescimento do país, com as raras exceções de um ditador como Getúlio Vargas
e um empreendedor como Juscelino Kubitschek, e até tivemos um governo militar
que evitou uma tentativa socialista de dominação política e retomou com sucesso,
entre 1964 e 1985, o processo desenvolvimentista do período juscelinista.
No momento, depois de quatorze anos de governos
que se diziam progressistas e de esquerda em matéria de ideologia política, mas
apenas destruíram as finanças públicas e assaltaram os cofres das grandes
empresas, como a Petrobras, e os ricos Fundos de Pensão de empresas estatais,
contribuindo para a geração de treze milhões de desempregados e para a
destruição dos serviços públicos básicos, transformados em cabide de empregos
para centenas de milhares de seguidores de um líder analfabeto e inimigo da
leitura e do estudo, o povo brasileiro elegeu o candidato Jair Bolsonaro
presidente da República.
Finalmente, com Jair
Bolsonaro, o Brasil fará as reformas de base que lhe restituirão o rumo do
desenvolvimento e do crescimento que tanto necessita para melhorar a qualidade
de vida de sua população. A primeira grande reforma encaminhada pelo governo ao
Congresso Nacional para ser transformada em legislação vigente, pedem os novos
tempos políticos e econômicos, está enfrentando os trâmites legais para a
aprovação final.
O governo eleito há pouco
menos de um ano está encaminhando também uma imprescindível proposta de
reforma tributária, e, em seguida, outras propostas de reforma administrativa e
eleitoral deverão ser discutidas com equipes técnicas e de parlamentares, para
aprovação pelo Congresso Nacional.
Além destas reformas
acima citadas, outras deverão ser propostas, pelo governo ou pelos
parlamentares. Por exemplo, os Códigos Penal e Civil e
aqueles que os complementam, os Códigos de Processo Penal e de Processo Civil
também necessitam de urgente reformulação para se adaptarem à modernidade dos
novos tempos que alcançam a cidadania, afligindo-a com os novos crimes e criminosos
de uma era dominada pela cibernética, que a telemática introduz com a
velocidade da luz nos lares brasileiros.
Os governantes de um
novo e revolucionário tempo político, sustentado pelos desejos do voto popular,
não deveriam ser atacados por uma imprensa que se quer e se diz livre - e tem
toda a liberdade que um regime democrático lhe pode proporcionar, e graças a
uma concessão do Estado, é responsável pela divulgação de notícias que têm
fundamental importância no processo de reconstrução do país. Esta mesma
imprensa deveria também se responsabilizar pelo apoio a uma reforma da
legislação que não mais condiz com as exigências e com os interesses da
população, e, em resumo, não deveria nem poderia silenciar sobre a realização
de um evento como a Décima Primeira Reunião dos BRICS no Brasil.
E para nosso maior constrangimento, quem
domina o idioma russo pode acessar https://youtu.be/l8ds51E9TFA e assistir
o noticiário televisivo russo divulgando o encontro dos BRICS em Brasília, no
Brasil, e mostrando alguns pontos da arquitetura exclusiva e moderna da capital
brasileira, e até um resumo da fala do presidente Vladimir Putin sobre os
principais temas ali apresentados e discutidos, além de vários vídeos dos
encontros entre os líderes que lá estiveram na busca de um melhor e mais
proveitoso relacionamento entre estes cinco importantes países no contexto
mundial, com o objetivo de, entre tantos outros motivos, elevar a qualidade de
vida de suas populações.
Enfim, a Décima
Primeira Reunião dos BRICS só não conseguiu sensibilizar os editores da grande
imprensa brasileira, para o resto da imprensa mundial ela foi uma importante
notícia divulgada com a ênfase que merecia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Lembre-se, você é responsável por sua opinião publicada neste blog!