quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Décima primeira reunião dos BRICS em Brasília: metade da população do planeta no DF


           A Décima Primeira Reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi realizada aqui em Brasília, na semana passada, entre os dias 12 e 13 de novembro corrente. A imprensa brasileira dedicou pouquíssima atenção a tão importante evento, em especial o noticiário televisivo, com destaque para o descaso da Rede Globo de Televisão e para a Band News, as mais notórias expositoras do noticiário internacional.

            Imaginem um país qualquer conseguir reunir em seu território, melhor ainda, na capital deste país, os líderes representantes de mais da metade da população do planeta! Somente este número - mais da metade dos sete bilhões de habitantes do mundo, já seria motivo suficiente para gerar um grande e amplo número de reportagens envolvendo repórteres, apresentadores e especialistas em análise política.

              Pois bem, senhores ouvintes, aqui em Brasília a reunião dos presidentes da China, Índia, Rússia, África do Sul e Brasil foi realizada no maior silêncio, e o governo local até contribuiu para tamanha campanha de desinformação da população brasiliense e brasileira sobre tão importante acontecimento realizado em território nacional.

             Podemos facilmente apontar a razão para tamanho descaso da imprensa nacional sobre o evento em apreço: não apontar mais uma grande realização do governo Bolsonaro, um encontro que permitiu que os presidentes dos países que conformam os BRICS discutissem uma ampla agenda de interesse dos seus povos, pois nela estavam incluídos temas como o aumento das trocas comerciais e a questão da segurança interna dos nossos países e o combate ao terrorismo internacional, questões que afligem indistintamente a todas as nações do planeta.

             Somente a China e a Índia abrigam em seus territórios quase três bilhões de habitantes, a Rússia tem mais de trezentos milhões de indivíduos em um espaço geográfico mais de duas vezes maior que o território brasileiro, e a África do Sul, o mais importante país do continente africano, em extensão e em população. Como entender tamanho silêncio em torno de tantas grandiosidades? O que faria com que tantos números espetaculares não fossem capazes de chamar a atenção da curiosidade jornalística dos editores das nossas grandes e poderosas redes de televisão, sempre atentas às desgraças do cotidiano nacional e internacional, ávidas de possíveis manchetes que possam se transformar em noticiário lucrativo?

               Manteve-se, assim, em quase absoluto silêncio, algo que poderia constituir motivo de grande orgulho para o povo brasileiro, deixou-se de explorar um acontecimento que motivaria com esperanças de melhores dias para o futuro do país até os estudantes da rede pública de ensino, pois o governo local preocupou-se em proporcionar ponto facultativo para o funcionalismo do governo do DF, sob a desculpa de proporcionar a maior segurança possível ao evento em referência, alegando que teríamos o feriado da Proclamação da República em seguida ao encontro dos BRICS. Quanta perversidade ideológica e ignorância estúpida juntas, da imprensa brasileira e do governo local.

                Paralisada pela eleição legal e legítima de Jair Bolsonaro, que sabiamente proibiu o repasse de verbas publicitárias do governo para a imprensa brasileira veicular propaganda enganosa sobre os feitos governamentais, as organizações complexas da imprensa nacional retaliaram fazendo de conta que não enxergavam a importância do Brasil no contexto mundial, seu gigantismo territorial e sua expressão continental, sua privilegiada localização e a disposição de invejáveis recursos naturais, como minerais raros e água potável que existe em quantidade suficiente para mitigar a sede do mundo durante dez longos anos, se, por algum motivo, viesse a escassear esse líquido sobre a face da terra.         
            A imprensa, mais do que o homem comum brasileiro, sabe que qualquer governo brasileiro carece do apoio irrestrito de todos os diferentes segmentos sociais para construir um grande país, e tem que negociar indistintamente com os grandes países do mundo, dentro e fora do continente americano. Assim, temos que negociar, para defender os interesses nacionais, tanto com os Estados Unidos da América capitalista quanto com a China que se diz comunista e com a Rússia que deixou de ser comunista para ser autoritária. E até com a África do Sul, um país que busca desenvolver-se economicamente para vencer suas desigualdades sociais.

             Por sua importância no continente americano, o Brasil pode manter negociações vantajosas com os Estados Unidos, em especial quanto às possibilidades norte-americanas de investimentos que aportem tecnologia avançada em nosso parque industrial e de serviços, sem deixar de lado a compra de equipamento bélico de grande porte, como porta-aviões, que tanto necessitamos para a defesa e vigilância de nosso mar territorial, sempre invadido por pesqueiros japoneses e de outros países, como também por navios-tanque que carregam restolho de petróleo em barris de duzentos litros - algo muito estranho, ainda mais proveniente da Venezuela, ao invés de transportá-lo nos reservatórios de navios-tanque, para tanto mais apropriados e seguros. 

              Nesse sentido, do petróleo caído ao mar em barris de duzentos litros, pode-se duvidar se tal tipo de acidente aconteceria no mar territorial norte-americano, ou mesmo a mil - e - quinhentos- quilômetros da costa dos Estados Unidos, como se afirma que aconteceu no caso brasileiro. Que navio egípcio se atreveria a tanto, sabendo que ao fazê-lo poderia ver levantar-se das profundezas oceânicas um submarino atômico com um canhão devidamente apontado para afundá-lo de imediato, sem dó nem piedade, se antes não o torpedeasse?

                O Brasil tem a urgente necessidade de construir e adquirir e fazer saber ao mundo que dispõe do armamento bélico para defender seu mar territorial e toda a sua imensa costa de mais de dezesseis mil quilômetros, e só a nossa imprensa bilionária não aceita tal realidade, pois sabe ser muito mais fácil extorquir a governantes que se fazem de bonzinhos e pacíficos, enquanto distribuem esmolas para os cidadãos empobrecidos e desinformados ao mesmo tempo em que assaltam os cofres públicos e destroem as finanças do país, desperdiçando o dinheiro que arrecadam do povo em impostos, taxas e contribuições obrigatórias, desviando-o para financiar pontes, rodovias e hidrelétricas em conluio com governantes corruptos de outros países e empresas brasileiras desonestas, como ficou comprovado no caso da Odebrecht e tantas outras, em obras em vários países da América Latina e da África de língua portuguesa.

               Com a China e a Rússia, por sua vez, o Brasil pode aumentar o relacionamento comercial, para investimento e aquisição de tecnologia, pois estes sócios dos BRICS necessitam dos alimentos que produzimos com alto nível de excelência, e somos o maior produtor mundial, com elas podendo nos associar para investir na construção das eclusas, rodovias e ferrovias que tanto necessitamos.

               A China já demonstrou para o mundo que possui a tecnologia de engenharia civil mais avançada para a construção de pontes, rodovias e ferrovias, bastando ver a novíssima e impressionante rodovia de Kurakoran, estendendo-se por 1.300 quilômetros do seu território até alcançar a fronteira do Paquistão, as ferrovias para trens-bala que atravessam o país e a conhecida e admirada Ponte da Raquete, no desfiladeiro de Quinyuan, além de uma ponte sobre o mar, com 51 quilômetros de extensão, superando em três vezes o tamanho da ponte Rio-Niterói.

                 China e Rússia têm as histórias de sua formação e construção até mais ricas e interessantes do que a história da formação e construção dos Estados Unidos, mas ignoradas pelos jornalistas brasileiros de maior expressão, ou que fazem de conta que as desconhecem.

                   A China e a Rússia foram países invadidos e dominados por várias outros povos, e levaram muito tempo para se libertarem dos seus antigos senhores - asiáticos e europeus.
 
                   A China, há mais de quinhentos anos, criou o papel e a pólvora, navegou por todos os oceanos com três navios gigantescos, mapeou o céu do oceano Atlântico, o que permitiu às grandes navegações portuguesas, espanholas e italianas, que se lhe seguiram, se apossarem do continente americano durante alguns séculos. Hoje, a China é administrada por um modelo autoritário de governo, uma criação que mistura centralização do poder e capitalismo e vem dando certo, e é exclusiva das elites que lideram o partido comunista chinês.

           A Rússia, por sua vez, expulsou o enxame de povos europeus que adentraram seu território repetidas vezes, no decorrer de oitocentos anos, e culminou com a criação e formação de um estado totalitário comunista-socialista que perdurou por setenta e quatro anos, e hoje é um país de predominância autoritária, com eleições presidenciais que acontecem regularmente mantendo o líder Vladimir Putin sempre com as rédeas do poder nas mãos.

            Ambas, tanto a Rússia quanto a China, tornaram-se respeitadas no plano mundial, são política e economicamente fortes e poderosas, e fazem parte dos BRICS, mas a imprensa brasileira faz de conta que suas histórias não aconteceram, pondo a culpa neste descaso à ideologia, a uma visão de mundo que dizem não aceitar porque inviabiliza o modelo capitalista de economia, embora também as ideologias sofram transformações.

             Os Estados Unidos têm uma história de dominação única, seus primeiros e únicos senhores foram os ingleses, que os norte-americanos expulsaram em poucos anos de luta, com ênfase para os confrontos entre 1776 e 1779. No entanto, a história da formação e construção dos Estados Unidos é única e exemplar: os norte-americanos criaram a primeira república federativa do mundo moderno, escreveram a primeira constituição republicana que tem uma longa duração, de mais de duzentos anos, que sofreu muito pouca reformulação, recebendo algumas poucas emendas.

             A África do Sul ainda é um país em formação e construção, que dá continuidade ao movimento político inaugurado pelo grande líder Nelson Mandela.

              E o Brasil? Nosso país foi domínio português durante cinco séculos, tendo sofrido forte influência inglesa e recebido impacto cultural francês em seu período de formação e construção. Tivemos a sorte de nossos colonizadores terem desrespeitado o Tratado de Tordesilhas e terem conseguido, com o movimento das Entradas e Bandeiras, ampliar o nosso território enquanto isso foi possível, e, mais adiante, o ministro brasileiro Barão do Rio Branco ter conseguido comprar uma pequena porção do espaço geográfico boliviano, já ocupado por gente brasileira, quando da luta pela formação do hoje estado do Acre.

                 Tivemos ainda a sorte de ter no trono brasileiro um imperador lúcido, esclarecido e viajado, Dom Pedro II, que dominava vários idiomas, mas que não conseguiu resistir às mesquinharias dos invejosos que o destituíram e expulsaram do Brasil, sob a alegação de que o Brasil seria o último espaço monárquico na América Latina, o que o obrigou a circular, empobrecido, pelas ruas de Lisboa com areia brasileira nos bolsos do paletó, numa atitude reveladora do seu respeito e amor pelo Brasil.

                  E entre 1891 e 2018 vivenciamos trocas de governantes que muito pouco fizeram pelo desenvolvimento e crescimento do país, com as raras exceções de um ditador como Getúlio Vargas e um empreendedor como Juscelino Kubitschek, e até tivemos um governo militar que evitou uma tentativa socialista de dominação política e retomou com sucesso, entre 1964 e 1985, o processo desenvolvimentista do período juscelinista. 

                    No momento, depois de quatorze anos de governos que se diziam progressistas e de esquerda em matéria de ideologia política, mas apenas destruíram as finanças públicas e assaltaram os cofres das grandes empresas, como a Petrobras, e os ricos Fundos de Pensão de empresas estatais, contribuindo para a geração de treze milhões de desempregados e para a destruição dos serviços públicos básicos, transformados em cabide de empregos para centenas de milhares de seguidores de um líder analfabeto e inimigo da leitura e do estudo, o povo brasileiro elegeu o candidato Jair Bolsonaro presidente da República.

                     Finalmente, com Jair Bolsonaro, o Brasil fará as reformas de base que lhe restituirão o rumo do desenvolvimento e do crescimento que tanto necessita para melhorar a qualidade de vida de sua população. A primeira grande reforma encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional para ser transformada em legislação vigente, pedem os novos tempos políticos e econômicos, está enfrentando os trâmites legais para a aprovação final.

                      O governo eleito há pouco menos de um ano está encaminhando também uma imprescindível proposta de reforma tributária, e, em seguida, outras propostas de reforma administrativa e eleitoral deverão ser discutidas com equipes técnicas e de parlamentares, para aprovação pelo Congresso Nacional.

                        Além destas reformas acima citadas, outras deverão ser propostas, pelo governo ou pelos parlamentares. Por exemplo, os Códigos Penal e Civil e aqueles que os complementam, os Códigos de Processo Penal e de Processo Civil também necessitam de urgente reformulação para se adaptarem à modernidade dos novos tempos que alcançam a cidadania, afligindo-a com os novos crimes e criminosos de uma era dominada pela cibernética, que a telemática introduz com a velocidade da luz nos lares brasileiros.

                         Os governantes de um novo e revolucionário tempo político, sustentado pelos desejos do voto popular, não deveriam ser atacados por uma imprensa que se quer e se diz livre - e tem toda a liberdade que um regime democrático lhe pode proporcionar, e graças a uma concessão do Estado, é responsável pela divulgação de notícias que têm fundamental importância no processo de reconstrução do país. Esta mesma imprensa deveria também se responsabilizar pelo apoio a uma reforma da legislação que não mais condiz com as exigências e com os interesses da população, e, em resumo, não deveria nem poderia silenciar sobre a realização de um evento como a Décima Primeira Reunião dos BRICS no Brasil.

                            E para nosso maior constrangimento, quem domina o idioma russo pode acessar  https://youtu.be/l8ds51E9TFA e assistir o noticiário televisivo russo divulgando o encontro dos BRICS em Brasília, no Brasil, e mostrando alguns pontos da arquitetura exclusiva e moderna da capital brasileira, e até um resumo da fala do presidente Vladimir Putin sobre os principais temas ali apresentados e discutidos, além de vários vídeos dos encontros entre os líderes que lá estiveram na busca de um melhor e mais proveitoso relacionamento entre estes cinco importantes países no contexto mundial, com o objetivo de, entre tantos outros motivos, elevar a qualidade de vida de suas populações.
                            Enfim, a Décima Primeira Reunião dos BRICS só não conseguiu sensibilizar os editores da grande imprensa brasileira, para o resto da imprensa mundial ela foi uma importante notícia divulgada com a ênfase que merecia.  

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